terça-feira, 7 de agosto de 2018

Raiva




Vamos falar sobre a raiva.
Esta emoção tão criticada, tão desprezada, sempre aludida de maneira pejorativa como se, “sentir raiva” nos tornasse “a última das últimas pessoas”.
Pois lhes digo: Feliz e superior é aquele que entende e aceita a sua raiva, pois, somente assim, poderá coloca-la para funcionar ao seu favor.
Adoro sentir raiva, aliás, adoro todos os sentimentos fortes, eles me incentivam a viver melhor. Funcionam como motores propulsores que me levam adiante, enfrentando todas as adversidades propostas, ou melhor, impostas pela vida.
Odiaria me tornar aquela pessoa cujas emoções funcionam como “bosta n’água”.
Voltando para a danada da “raiva”; na maioria das vezes, ou quem sabe todas as vezes, em que a raiva aparece é uma raiva de nós mesmos.
 
Atrás dos motivos que nos levam à raiva está um julgamento, sempre negativo, sobre nós mesmos.
É aquela ideia do “deveríamos ter”, percebido, adivinhado o que aconteceria antes mesmo de acontecer por exemplo, ou ainda, a sensação de que não estávamos atentos o suficiente ou talvez, ideias de cobrança de não ter usado nossa própria experiência para evitar sermos feitos de trouxas.
Enfim, boa parte dos fatos desencadeadores de nossa raiva são fatos, aos quais, julgávamos ter condições prévias para evita-los.
Esquecemos que após o ocorrido é fácil, muito fácil, olharmos para trás e enxergar direitinho onde dormimos no ponto.
 
Bobagem já está feita.

O que nos resta fazer, então? Sentir raiva. Raiva de nos mesmos, pela incompetência, pela imprudência, pela preguiça, por empurrar com a barriga, pelo medo, pela insegurança e, assim por diante.
Sempre sentimos raiva, há aqueles que, como disse antes, finge uma estabilidade emocional fora do comum, comportamento “bosta n’água” e sabe-se lá para onde enviou sua raiva.
A raiva não desaparece só porque disseram que é politicamente incorreto demonstrar as emoções.
Se não aprendermos a distinguir nossas emoções, nomeá-las e aceita-las, jamais conseguiremos que elas cumpram seu verdadeiro papel que é favorecer nosso crescimento.
A raiva escondida, não aceita, não compreendida, vai se transformar, no mínimo, numa bela depressão. Há alguns que afirmam que a raiva engolida se transforma em gastrite, úlcera e câncer.
Portanto, sou totalmente a favor de ligar o FODA-SE, quando se fizer necessário.
(VGP August 07, 2018)
No intervalo entre uma consulta e outra, neste novembro malacafento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário