Acompanhar

Acompanhar o Outro

Assim como chegou já partiu.
ABRIL abriu, realizou e fechou.
Levou consigo um pouco da mágoa e da tristeza, talvez.
Também levou mais um pouco da alegria e inocência.
Abril será o mês onde se instalou a inspiração.
Alguém emergiu do fundo do poço com algo novo e criativo.
Crescer envolve necessariamente abandonar os sapatos infantis, como dizia o mestre Jung.
Deixar de lado algo que não nos faz bem mesmo querendo bem.
Não é tarefa fácil acompanhar o desenvolvimento do Outro.
É o mesmo que deixar-se rasgar inteiro, junto com o Outro e, mais tarde, procurar por seus melhores pedaços levados pelo vento.

O tempo de mergulho na angústia e no caos será o tempo necessário para estancar o sangue, costurar cada pedaço e aceitar que alguns deles não será possível resgatar. No entanto, ter fé que o organismo psíquico terá condições de restabelecer uma certa ordem em todo aquele caos.
Estar sentado ao lado, implica em enxergar onde estão cada um desses pedaços e nada dizer, esperar que o Outro os encontre por si mesmo e, quando faltar algum deles, promover a necessidade da ausência como algo positivo e elevar o status dos pequeninos pedaços encontrados.
Para caminhar junto há que se ter paciência e saber lidar com a própria ansiedade para não estragar a surpresa do Outro.
Nada de “spoiler”, nada de antecipar resultados, nada de manipular e indicar o melhor caminho.
Estar presente significa acolher o que foi decidido, mesmo que você não concorde. E oferecer todo apoio possível se houver derrocada.
ABRIL se foi,
Maio chegará e voará para fugir do frio.
Junho não terá tanta sorte e terá que aguentar o que lhe é reservado.
Julho... Ah, esse mês tão esperado! Passará voando, talvez...
Agosto, o mês do desgosto, cumprirá seu papel no silêncio.
Setembro, é esperado como o novo ciclo, livre, leve e solto, ou, light, diet e soft.
Começaremos o novo de novo. (VGP  , April, 28, 2018))