quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Fobias Específicas


 Fobias específicas


As fobias específicas são aquelas em que o indivíduo apresenta um medo intenso e persistente, exagerado e irracional, na presença ou na antecipação de objetos ou situações específicas como: animais, lugares fechados, alturas, escuros, tempestades, voo, sangue, injeções, visita ao dentista ou ao médico, engolir alimentos sólidos, dirigir, entre outras.
Os indivíduos com fobia específica reconhecem que suas reações são exageradas ou desproporcionais diante das situações temidas e que tais situações não representam perigo real, no entanto tendem a superestimar o perigo e não conseguem controlar as emoções geradas por isso, cabendo assim, ao clinico julgar o caráter desproporcional e determinar o diagnóstico.
Segundo Ballone, Ortolani &Pereira Neto:

“Para confirmar o diagnóstico, o paciente fóbico deve reconhecer que seu medo é irracional e absurdo, deve concordar com a anormalidade de seus sentimentos, embora essa crítica não evite que sinta tudo isso. Normalmente a pessoa se sente impotente em combater seus sintomas.” (BALLONE, ORTOLANI & PEREIRA NETO, 2007, p. 112).

 O DSM-V salienta que:

 “Uma característica essencial desse transtorno é que o medo ou ansiedade está circunscrito à presença de uma situação ou objeto particular, que pode ser denominado estímulo fóbico. As categorias das situações ou objetos temidos são apresentadas como especificadores. Muitos indivíduos temem objetos ou situações de mais de uma categoria, ou estímulo fóbico”. (DSM-V, 2013, p. 239).

Para estabelecer o diagnóstico de fobia específica a resposta de medo ou ansiedade deve ser intensa ou grave e diferente de medos normais que ocorrem com a maioria das pessoas.
Pode haver uma variação no grau do medo que a pessoa experimenta com a aproximação do objeto ou situação a qual teme como também, poderá ocorrer medo com a antecipação da presença real do objeto ou situação temida.
Destaca-se também que, o medo ou ansiedade pode se apresentar como um ataque de pânico.
O grau do medo ou ansiedade pode variar mesmo diante de um mesmo estímulo fóbico.  A manifestação do medo ou ansiedade varia de acordo com o contexto o qual o estímulo fóbico é apresentado, p. ex., presença de pessoas, ambiente, duração da exposição entre outros fatores.

“O medo e a ansiedade são com frequência expressos de formas diferentes entre crianças e adultos. Além disso, o medo ou ansiedade ocorre tão logo o objeto ou situação fóbica é encontrado (i.e., imediatamente, em vez de ser retardado)”. (DSM-V, 2013, p.239).

A esquiva está ativamente presente na vida do indivíduo com fobia específica e quando não consegue evitar o estímulo fóbico um grande sofrimento, temor e ansiedade intensos ocorrem.  O indivíduo previne intencionalmente o contato com objetos ou situações fóbicas.
O aspecto cultural deverá sempre ser observado para o diagnóstico, uma vez que cada cultura possui suas próprias escalas de valores para situações e objetos, diferenciando-se umas das outras, com também fatores situacionais e ambientais.

(Vanilde G. Portillo - Outubro 11, 2018)

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Mutismo Seletivo




 Mutismo seletivo

Crianças com mutismo seletivo apresentam dificuldades nas interações sociais. Não iniciam a conversa e não respondem quando os outros falam com elas.  Ocorre na interação com crianças ou adultos.
“O Mutismo Seletivo (MS) caracteriza-se pelo fracasso persistente em falar em uma ou mais situações sociais específicas, geralmente quando a fala é mais esperada”. (COSTA-JUNIOR & SERRETTI, 2010, p. 141).

Geralmente, as crianças com mutismo seletivo falam na sua casa com membros da família imediata, mas não falam diante de outras pessoas, como amigos próximos ou parentes não tão próximos. Há uma intensa ansiedade social e na escola, se recusam a falar, o que lhes causa grandes prejuízos educacionais uma vez que não é possível avaliar a evolução da criança.
Algumas outras características associadas ao mutismo seletivo incluem timidez excessiva, medo de constrangimento, isolamento e retraimento sociais, apego, traços compulsivos, negativismo, ataques de birra ou comportamento opositor leve. 
“Em contextos clínicos, as crianças com mutismo seletivo quase sempre recebem um diagnóstico adicional de outro transtorno de ansiedade – mais comumente transtorno de ansiedade social (fobia social)”. (DSM-V, 2013, p. 236)

Vanilde G Portillo (Outubro,08, 2018)

Ansiedade de Separação


Transtorno de ansiedade de separação

Os indivíduos portadores do Transtorno de Ansiedade de separação sofrem excessivamente e recorrentemente diante da possibilidade de afastamento de casa ou das figuras de apego.

“A característica essencial do transtorno de ansiedade de separação é o medo ou ansiedade excessivos envolvendo a separação de casa ou de figuras de apego. A ansiedade excede o esperado com relação ao estágio de desenvolvimento do indivíduo.” (DSM-V, 2013, p.232).


As pessoas portadoras de transtorno de ansiedade de separação estão sempre preocupadas com seus entes queridos e tem a necessidade de saber onde estão, se estão seguros ou não e, sofrem se não conseguem manter contato com eles.
Há também preocupação com situações desagradáveis que poderão ocorrer consigo mesmo e que as levarão a afastarem-se das figuras de apego, como: acidentes, perderem-se, sequestros, outros. Por isso não gostam de saírem sozinhas como também de ficarem em casa ou em qualquer outro ambiente sem as figuras importantes de apego.
As crianças que sofrem de transtorno de ansiedade de separação apresentam dificuldades em participar de atividades onde as figuras de apego não estão presentes, em dormir fora de casa, e até mesmo fazer suas tarefas sozinhas. Adultos também podem apresentar dificuldades em p. ex., viajar sozinhos.

“Os indivíduos com transtorno de ansiedade de separação com frequência limitam as atividades independentes longe de casa ou das figuras de apego (p.ex., em crianças, evitar a escola, não ir acampar, ter dificuldade para dormir sozinho; em adolescentes, não ir para a universidade, não sair da casa dos pais, não viajar, não trabalhar fora de casa)”. (DSM-V, 2013, p.231).
 
Vanilde G Portillo ( Outubro, 08, 2018)

Circuito do Medo


Circuito do medo

O medo é tão importante para a sobrevivência que o corpo começa a reagir a uma ameaça antes mesmo de termos a consciência do que ela possa ser exatamente, porque quando enfrentamos os perigos, milésimos de segundos são vitais.
Ao primeiro sinal de perigo, sinais iniciais de alerta são enviados ao cérebro através do nervo óptico à minúscula e primitiva área do medo: a amígdala. Isso prepara o corpo para agir.  (CICERI, 2004 e PIVETA, 2002).
Em seguida, a medula espinhal dispara impulsos nervosos para as glândulas suprarrenais, perto dos rins, o que desencadeia a liberação de adrenalina. Neste momento estamos totalmente alerta.
A adrenalina é o hormônio vital que pode inundar o corpo numa fração de segundos; à medida que ela atinge os pulmões, respiramos mais fundo e captamos mais oxigênio. Ela faz também o coração acelerar.
O sangue rico em oxigênio é desviado para os músculos, que se tornam molas armadas à espera de um sinal para fugir ou lutar.
Todas essas reações coordenadas acontecem antes de termos registrado conscientemente a ameaça. Essa reação ao medo evoluiu durante milhões de anos e é conhecida como resposta de luta ou fuga. Essa resposta de luta ou fuga tem ajudado os seres humanos a se manterem vivos por milhares de gerações. (CICERI, 2004 e PIVETA, 2002).
Ballone, assim como outros autores, salienta que a ansiedade deixou de um bem necessário e passou a ser um transtorno quando foi deslocada de suas funções originais, salienta ele:

 “A ansiedade, originalmente fisiológica, passou a ser considerada um transtorno quando o ser humano colocou-a não a serviço de sua sobrevivência, como fazia antes e como fazem todos outros animais, mas a serviço de sua existência e do amplo leque de circunstâncias quantitativas e qualitativas desta existência.” (BALLONE, 2015). 

Vanilde G Portillo (Outubro, 08, 2018)